Por: MARIA LUÍSA ABRANTES
Data: 22 / 08 / 2024
Há anos que perdi o hábito de ler o Jornal de Angola , para salvaguardar a minha saúde mental , porque espelha notícias que raramente refletem a realidade do que se passa no nosso país . Muito menos relata a vida dificílima , que a maioria dos cidadãos vive no seu dia a dia . Todavia , como o referido jornal circula pelo WhatsApp , alguns títulos batem-me nos olhos , quando não consigo fechá-los a tempo .
Foi assim , que no dia 22 do corrente mês , deparei-me com uma notícia estampada na 1a. página do JA , de que seria criado um Observatório para “ monitorizar a evolução da segurança alimentar em Angola “ .
-Será para monitorar o monopólio despudorado do Grupo Carrinho ?
-Será para monitorar os concursos públicos que quando acontecem são limitados ?
-Será para monitorar as empresas dos libaneses , que lideravam o fornecimento de produtos agro-industriais no passado e que não o obstante aparentemente relegados para um segundo plano , continuam a “ dar as cartas“ ?
-Será para monitorar os negócios do brasileiro/japonês Minouro Dondo , que quem conhece , diz ter começado a distribuir cabazes a dirigentes durante a quadra festiva ?
O que é que tal Observatório vai observar ?
Acabaram-se os concursos públicos para as FAA , assim como para os entrepostos logísticos , porque o Grupo CARRINHO por ajustes directos tem o monopólio de quase tudo .
Os produtos agrícolas de produção nacional , que não pertençam ao Grupo Carrinho , a alguns dirigentes e Generais , não tem acesso às vendas , porque quase não oferecem concursos públicos . Com todo o descaramento respondem-nos por escrito , para contactarmos o Grupo Carrinho .
Será que o Grupo Carrinho e’ representante legal das FAA , ou o do Estado?
Vem daí o Grupo CARRINHO , que nos está a levar a todos de “ carrinho” , ( não sei de quem ) e exige , que os produtos agrícolas lhes sejam vendidos abaixo do preço de custo . Se assim não for , é melhor que apodreça . Por outro lado , nao entendo porquê , que o Grupo Carinho raramente trabalha a dinheiro com as empresas do Estado . Operam na base de permuta aparentemente obrigatória . Isto é , a Carrinho fornece os insumos em troca dos produtos .
Dessa forma , as empresas do Estado que trabalham com o Grupo Carrinho , permitem que essa empresa tenha enormes margens de lucro e mantenha o monopólio na distribuição dos produtos resultantes da agro-indústria .
Por favor não nos atirem mais areia nos olhos . Será que os assessores do PR não lhe dizem a verdade?
Rogamo-vos que lhe digam a verdade .