Por: Maria Luísa Abrantes
Data: 22 / 12 /2023
A queda do preço do petróleo devido à saída de Angola da OPEP, é atribuída ao efeito ” psicológico ” , fenômeno normal, que poderia acontecer por ameaça de guerra , etc., mas que regra geral é temporário. O factor que poderá ditar uma descida mais ou menos acentuada , ou a subida do preço do petróleo , será o maior ou menor crescimento das economias chinesa e indiana ( mais populosas do mundo ) .
A OPEP fixou para Angola uma quota de 1.055.000 barris dia para 2024 , contra 1.280.000 barris/dia propostos pelo Executivo, que recorreu sem sucesso e pediu para a saída da organização .
O peso do hipotético ligeiro aumento da reduzida produção do crude de Angola , com a pretensão de atingir a estabilização da produção por volta dos 1.300.000 de barris dia ( in Jornal de Angola , 7/5/2023 ) , embora seja de extrema importância para a economia angolana ( 30% do PIB e 95% das exportações ) , neste momento é pouco significativa ( 17o. lugar , com uma produção média de 1.100.000 barris/dia em 2022 ) , se comparado com a produção de outros países produtores membros da OPEP , nomeadamente ;
– ,Arábia Saudita com cerca de 9.960.000 barris/dia ( 3o. ) , Iraque com cerca de 4.470.000 barris/dia ( 5o. ) , Irão com cerca 3.800.000 barris/dia ( 7o. ) , Brasil com cerca de 3.700.000 barris/dia ( 9o) , etc. e aliados , nomeadamente ;
– Rússia , com cerca de 10.000.000 barris/dia ( 2o.) , China com cerca de 3.870,000 (6o.) , etc. .
O melhor momento para Angola desertar , seria quando a sua produção de petróleo representava cerca de 7% das importações de petróleo consumido pelos Estados Unidos de América , chegando a ultrapassar os 2.000.000 de barris/dia em Agosto de 2008 , pois foi precisamente em 2009 , altura da reconstrução do país , e de crise econômica , que a OPEP impôs o primeiro corte drástico de 300 mil barris diários ( passaria para 1.700.000 barris/dia ).
No contexto actual , os signatários do Acordo de Paris estão condicionados , porque as instituições financeiras dos seus países poderiam ser sancionadas , caso continuem a financiar energias fósseis ( sujas ). Tem estado a tentar contornar a situação, com recursos a fundos , criados por engenharias financeiras complexas e com taxas de juro elevadas . .
Nessa base , dificilmente Angola encontrará investidores estrangeiros com capacidade financeira para fazer face aos investimentos necessários , ou mobilizar simples financiamentos à exportação , mesmo com garantias soberanas como habitualmente . Só se financiar tais investimentos por meios próprios e se endividar cada vez mais os contribuintes que ainda estão por nascer .
Com a tendência de utilização de energias híbridas e limpas , nos países desenvolvidos e emergentes e com a oscilação dos preços do petróleo , os investimentos públicos terão dificuldade em ser recuperados .
Fontes: Site da Universidade de São Paulo , Brasil, caso prático do livro de minha autoria ” A Teoria dos Jogos e os Oligopólios” , 1994 ” , página 75 a 81, www.une.usp.br e o no site da Universidade de Stanford University , EUA , livro também de minha autoria ” As Privatizações em Angola ” , 2010 , página 95 , www.searchworks.stanford.edu , ou no site da Universidade da Califórnia , Berkeley , www.law.cat.berkeley.edu ).