Por: MARIA LUÍSA ABRANTES
Data: 28 / 08 / 2024
FICOU PROVADO PELA PROCURADORIA DA REPÚBLICA AMERICANA , QUE A BOSTON CONSUTING SUBORNOU ALTOS FUNCIONÁRIOS DO BNA E DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA ENTRE 2011 e 2017 .
Ao que parece , foi no mandato do Governador Valter Filipe que a “festa” acabou . Refiro apenas este nome , porque o novo Executivo iniciado em 2017 , incluiu os mesmíssimos responsáveis pelas faltas gravíssimas cometidas, em conivência com a Boston Consulting Group , premiando-os . Por isso pergunto :
-E agora a quem irão mandar julgar ?
-Quem será o ” bode expiatório ?
-Será que a culpa uma vez mais vai morrer solteira ?
Do maior escândalo do século ” O caso do Major Lussaty ” já nem se fala , não sei se estão à espera que mais réus morram , ou que fujam mais do que os que fugiram . O “homem” e o seu sócio , transferiram uns “insignificantes ” mil milhões de dólares ( one billion dollars) , quando havia restrições e só poderiam sair USD 250 mil . Ninguém do BNA foi chamado a depor duramente o julgamento.
Não podem esperar que as empresas estrangeiras punidas no exterior pagem para limpar a nossa ” borrada” , como aconteceu agora com a BCG , como aconteceu com a Odebrecht , que pagou pelo suborno ‘a empresa ORION e mudou de nome , como se passou com a COBALT , etc. .
Angola não pode continuar a ter dois pesos e duas medidas . Para os seus adversários ( concorrentes da facção ) põe na cadeia e para os sobreviventes ( vencedores da facção ) ficam ao fresco , com a desculpa de que o assunto foi lá fora e está resolvido.
O mesmo se dirá com a chamada ” compensação orçamental entre empresas públicas do mesmo sector ” , que levou Augusto Tomás a cadeia . Será que terminou ?
Quem estava à frente do BNA quando começaram os subornos ?
Como saber se a GEMCORP , ( Gestora da carteira de fundos do BNA ) e o nipônico-japonês Minouro Dondo , entre outros , não mantém os seus contratos com as entidades estatais angolanas , usando os mesmos métodos ?
Relembramos , que no dia 10’de Maio , de 2024 , o semanário Expansão , públicou um artigo de Joaquim José Reis , dando nota que o BNA já tinha perdido dinheiro com os investimentos pouco transparentes da GEMCORP .
E’ do conhecimento geral , que Minouro Dondo quando aparaceu em Angola , não era “expert” em finança internacional privada , nem pública , nem acionista de nenhuma consultora , que anos mais tarde comprou no Brasil . Os pontos de contacto da prestigiada Fundação Gertulio Vargas , receberam o recado directo de Luanda, que para trabalhar com as instituições do Governo de Angola , teria ser através da consultora por Minouro Dondo , comprada para o efeito .
A legislação angolana , baseada no “copy paste ” da legislação germânico-romântica , encomendada pelos advogados/dirigentes bem conhecidos na praça , aos seus associados portugueses , infelizmente não segue a legislação anglo-saxônica (common law ) , como nos Estados Unidos. Nos EUA , só não são negociáveis com multas os crimes relacionados com homicídios e violação .
Em Angola , não queremos trabalhar seriamente na modernização da legislação ( introduzindo alterações que afetem apenas indivíduos , mas que não efectem a economia ) , incluindo a humanização das condições prisionais e a generalização do trabalho dentro e fora dessas instituições.
Não é por custar tempo e dinheiro. É porque os medíocres que enriquecem à custa da sub-contratação iriam perder os monopólios e perder o fruto da corrupção declarada que se perpetua.