Por: Maria Luísa Abrantes
Data: 21 / 05 / 2023
A AGOA ( African Grouth Opportunity Act ) e’ a legislação que isenta do pagamento de impostos de importação, mais de 400 produtos africanos . Essa lei foi aprovada em 1999 pelo Congresso Americano , durante a Administração Clinton e o seu prazo de vigência tem vindo a ser alargado . A mesma foi uma inciativa , dos líderes da comunidade africana nos EUA , de que fiz parte , encabeçada pelo Congressista democrata afro-americano Rangel .
Só as empresas petrolíferas americanas que estão em Angola aproveitam poupar ( nas suas contas bancárias no exterior) , com o resultado da exportação do petróleo angolano para o referido país . Entretanto, nos EUA também se consome muita mandioca ( os residentes latinos ) kiabos e batata doce ( Estados do sul ) , mas Angola ZERO .
Também não temos beneficiado da geminação das cidades de HOUSTON /LUANDA , a primeira com África e assim foi durante longos anos e que me custou tanto trabalho a conseguir, porque não apresentam propostas , nem quem queira trabalhar na implementação de projectos . Porquê ?
– Porque , da’ muito trabalho e não há comissões .
Por outro lado , quando propus a criação da Angola AMCHAM à US/AFRICA Business Center , que nas vestes de privada fundei com o Eng. Pedro Godinho, que propus e convidei para a presidir pelo seu dinamismo , tudo fizeram para sabotar .
Afinal , a US/AFRICA Business Center e a AMCHAM provaram ter feito um excelente trabalho , levando por 3 vezes o PR João Lourenço a encontrar-se com empresários americanos , num dos quais contando com a presença do Presidente Joe Biden .
Foi assinado um contrato para o financiamento na área energética, mas anteriormente foram celebrados outros protocolos , que para serem implementados necessitariam do engajamento de duas partes e não apenas de uma delas .
Para agravar a situação , como se já não bastasse a falta de água , de luz de estradas sem buracos , de saneamento básico , os Assessores do PR confirmaram através da comunicação social em horário nobre , que a corrupção era uma realidade, até nos Tribunais superiores e afinal uma constante.
Assim , chegamos ao dia 20 de Maio de 2023 e o tão propalado encontro entre o Presidente João Lourenço com o Presidente Biden , previsto para Abril/ Maio , ainda não aconteceu . Nem pelo menos durante o desafio de futebol em que alguns Presidentes africanos assistiram em privado , a convite do anfitrião da Cimeira EUA/ÁFRICA em Dezembro de 2022 .
Ainda que na OUA tenham conseguido o título de Campeão da Paz para o Presidente João Lourenço, a verdade é que foi o seu homólogo, o Presidente Tschissekedi da RDC quem teve previlégio de ser convidado a assistir o jogo , quando é o PR angolano o mediador do conflito ente a RDC e o Rwanda .
A principal tarefa , que me foi incumbida enquanto fui Representante da ANIP nos Estados Unidos , era a de abrir a porta de saída do financiamento dos Estados Unidos para Angola , porque até à Administração Obama, havia uma proibição total , imposta a todas as instituições financeiras americanas públicas e privadas , de concederem finaciamentos para Angola e/ou para empresários americanos investirem em Angola .
A minha missão foi cumprida e os dois objectivos foram alcançados. Ainda antes da abertura total da porta , consegui abrir uma janela , para desbloquear os finaciamentos da EXIM BANK para o aproveitamento de gás em Cabinda e para aquisição de aviões Boing . Se alguém quiser saber como pergunte e eu explico .
Nos EUA são as relações econômicas que influenciam as relações políticas e não o oposto . Com o conhecimento dessa premissa , talvez a carência de petróleo e gás , devido ao prolongamento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia , possa acelerar o tão almejado encontro entre os Presidentes Biden e João Lourenço . Os lobbies angolanos fartam-se de ganhar dinheiro e os contribuintes angolanos continuam com uma mão cheia de nada . Sempre foi assim e não há só um lobby . O
problema é que tem enviado para aquele país, “diplomatas” com muito pouca experiência e fraca qualidade . Bastará apenas ser da Segurança de Estado , ou ter a confiança desse serviços ?
Reitero que só necessidades econômicas/financeiras prementes , dariam visibilidade a qualquer diplomata medíocre creditado em Washington, D.C. e possivelmente , levariam mais depressa o PR angolano à Casa Branca , onde sem ser Chefe de Missão tive o previlégio de entrar mais de uma vez , quer em Administrações democratas , como republicanas .
A parceira estratégica com Angola , só se será realidade quando o Congresso Americano aprovar um acordo comercial entre ambos países , o que não será tarefa fácil , porque até hoje não foram dadas respostas convicentes ao Senado sobre o desaparecimento de dinheiros da SONANGOL e sobre transferências pouco transparentes efectuadas pelo BAI .
A América é mesmo como se diz o país das oportunidades, sempre que se consiga provar que os investimento em Angola , também contribuam para a redução do emprego para os americanos , porque como deveria ser em todos os países , o lema desse país é ” the Americans first ” ( os americanos em primeiro lugar ) . Isto é; só e’ bom para qualquer Administração, o que for bom para os contribuintes americanos ( votantes ) .